Porquê?

Corremos porque não temos asas para voar...

A beleza também pode estar em deixar as coisas irem...

cepa vestida de outono.
Já passei por esta experiência anteriormente. À medida que o tempo vai passando e não conseguimos debelar uma lesão, ela não deixa apenas marcas físicas. Vai minando o ânimo, retirando o entusiasmo, atenuando a alegria. Procurando aliviar esta carga negativa, dediquei a tarde a uma imersão nas cores outonais do alto douro vinhateiro.


Num dia bonito, com uma temperatura amena e cheio de sol, os dourados e os vermelhos das cepas pintavam as encostas de uma forma lindíssima. Não havia uma pontinha de vento que fosse e as queimadas, que populavam as serras, deixavam escapar suaves colunas de fumo branco que ainda marcavam mais o carácter, já de si bucólico, desta região.

A beleza da paisagem, a tranquilidade total deste tempo ameno e a doce companhia da minha esposa operam autênticos milagres. A lesão não melhorou, mas a força mental para lhe resistir regressou ao seu melhor nível, certamente inspirada pela beleza do Douro e pelas coisas boas e simples da vida.

As videiras ao perderem as suas folhas desta forma lindíssima, parecem querer ensinar-nos, que ás vezes, a beleza também está em deixar as coisas irem...


Os dourados e vermelhos...

preenchiam os socalcos...

colorindo a paisagem...

deslumbrando o olhar.

Sem comentários:

Enviar um comentário