Porquê?

Corremos porque não temos asas para voar...

A teoria e a prática... Duas coisas tantas vezes antagónicas.

Teoricamente, eu devia estar quietinho... teoricamente, nem sequer devia pensar em corridas. Mas como em tantas coisas da vida, também aqui a teoria não corresponde à prática.

Depois da última prova, no inicio de Dezembro do ano passado, a impaciência apoderou-se de mim. A falta de adrenalina dos grandes desafios "secou-me" completamente a paciência. A ignição para colocar toda esta impaciência a arder chegou através de uma página do facebook que anunciava uma prova na região de Vila Nova de Cerveira sob uma imagem apelativa, : "Montanha Mágica 10km, 21km, 50km".

Este foi o elemento de ignição que pegou fogo a tudo o resto... :-)

Sendo uma região que conheço muito bem e com a qual tenho uma ligação muito forte, o coração começou a falar mais alto que a cabeça, e comecei logo a estudar o projecto. "Pena que só tenha visto isto agora", pensei. Daqui até Maio não era muito tempo para quem está na minha condição e as serras na região de Cerveira são bem imponentes. Mas comigo, já não é a primeira vez que a emoção se sobrepõe á razão. E assim, ontem rumei bem cedinho á serra de Valongo para fazer um teste mais sério que visou perceber duas premissas fundamentais. A saber: Primeiro como está a condição física, segundo como convive a lesão no metatarso com um esforço mais empenhado.

Nesta subida, o rio Ferreira foi ficando mais distante a cada passo.

Encontrei uma serra atípicamente deserta. Planeara um percurso exigente, que mesmo com subidas fortes me permitisse manter um passo de corrida, de forma a puxar bem pelo cardio e pelas pernas. Não me furtei a esforços e apenas pressionado pela necessidade de ir buscar a esposa á baixa, percorri 17 km com 800m de D+ em cerca de 2:15 que serviram bem os propósitos. Acerca do pé fiquei a perceber que a lesão não convive bem com este tipo de esforço continuado, já condição física está nos serviços mínimos, mas com bastante trabalho de qualidade poderia atingir um nível que me permitisse cumprir a prova na totalidade e dentro do horário.

No isolamento da serra tive tempo para pensar bem no assunto,
mas fiquei com muitas dúvidas, poderia eu conseguir reunir as condições
 para realizar o desejo do momento????

No isolamento da serra tive tempo para pensar bem no assunto, mas fiquei com muitas dúvidas, poderia eu conseguir reunir as condições para realizar o desejo do momento: Ultra Trail de Cerveira 50km, 3.200m D+, classificação ATRP Grau 3/ Muito Dificil. Este é realmente um desafio de grandeza assinalável. Vou continuara a trabalhar para ver o desenvolvimento das coisas e veremos se é possível alinhar na partida no dia 6 de Maio.
Como sempre, enquanto existir a mínima probabilidade, para mim vale a pena tentar. Em consciência, mais por causa do pé, parece estar difícil de conseguir, mas vou já desistir da ideia?

- Não!

A última vez que passei por este carvalho, talvez há duas semanas, não tinha
uma única folha, agora está assim. No verão, quando aqui passo, por vezes
faço uma pausa à sua sombra. Manter esta relação com os elementos da
natureza e com os seus ciclos, ajuda-me a manter a perspectiva.

À altimetria do teste, para ser ideal, faltaram 3 km e 200m D+...


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