A árvore, com os seus ramos estendidos em ritmos de tentáculos, clama ás estrelas a sua dor. Segreda, na sua solidão granítica, a falta do fluido da vida. As silenciosas formas que a rodeiam, parecem acorrer numa vã tentativa de consolo, mas nada podem, limitam-se a ficar ali com a sua consciência de pedra. Se alguma delas soubesse recitar poesia poderia, ao menos, dizer-lhe esta...
Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!
Árvores! Não choreis! Olhai e vêde:
- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!
“Florbela Espanca”
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