Propriocepção! Pois sim...

Uma rápida pesquisa no Google sobre quais os benefícios de correr na natureza em trilhos de piso incerto e variado, lhe trará ao conhecimento que um dos principais benefícios é o facto de melhorar a propriocepção. Esta palavra no dicionário é sinonimo de sensibilidade da posição, sentido de peso e distribuição do corpo, deslocamento e equilíbrio, para só citar estes. Popularmente resumido, quer dizer: “sentir” o terreno e desenrascar-se da melhor maneira. Disposto a usufruir deste e doutros benefícios lá fui eu fazer o meu treino para a serra, 50 minutos de corrida antes que ficasse demasiado escuro.

 Depois de um dia de descanso extra para passear com a esposa, cheguei ao local cheio de força. Iniciei logo com um ritmo rápido, que se tornou ainda um pouco mais rápido quando o “motor” já estava bem aquecido. Sentia-me eufórico, parecia que voava no trilho, ora torneando as pedras ora saltando por cima ou trepando quando se impunha, uma olhadela para o gps mostrava um ritmo de 4:57 por km. Bem bom para os meus padrões.

 A curtir o ritmo e o trilho talvez tenha abrandado a concentração e subitamente o pé de apoio raspou a sola da sapatilha em alguma coisa até que travou mesmo. Numa fracção de segundo percebi que ia cair, larguei a garrafa de água, mãos para a frente e um enrolamento pela esquerda… primeira preocupação: Parar e inspeccionar o gps (custou-me os olhos da cara na Decathlon), felizmente não tinha nada á excepção de um pouco de terra. Apanhei a garrafa e lavei-o, estava impecável. Bem (pensei), se ele estava bem eu também estava. Hoje encontrava-me demasiado forte e confiante para me deixar abater, bebi um gole e siga… foram 50 minutos a rasgar.

Já sabem, correr no meio da natureza melhora a propriocepção, a tal capacidade de “sentir” o terreno, mas não levem a coisa tão á letra… como eu.