Porquê?

Corremos porque não temos asas para voar...

A eloquência do silêncio...

Serão os silêncios manifestações de ideias que ambos contemplamos
num intervalo separado pelo tempo?

Fomos subindo desde a Montaria até à Sra do Minho, pelo caminho vimos o dia nascer  e o sol iluminar gradualmente os picos mais elevados. Uma vez no alto da serra, perdemos uns minutos para observar a vastidão que se estendia à nossa frente. O rio Lima era um traço azul que percorria todo o vale até chegar à foz em Viana. O nevoeiro matinal dava ainda um toque de magia aqui e ali transmitindo à paisagem as características de uma aguarela. Depois iniciámos a descida, deixando o sol nas nossas costas. A orientação da descida fez com que ficássemos de frente para o mar e o olhar, depois de passar vertiginosamente por cima das serranias verdes e quase na linha do horizonte, distinguia a Vila de Âncora. O mar e o céu encontravam-se definidos apenas pelas suas diferentes tonalidades de azul. Depois de trocar-mos umas palavras o discurso silenciou-se. Há momentos assim, em que a fala é apenas um curto intervalo. Serão os silêncios manifestações de ideias que ambos contemplamos num intervalo separado pelo tempo? Acredito que uma consciência similar das coisas, por vezes, leva-nos a partilhar campos invisíveis do pensamento e, mesmo em silêncio, podemos estar em profunda sintonia.


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