Com a esposa no cabeleireiro,
este parecia ser o sábado ideal para concretizar algumas ideias sobre percursos
de treino que trago há algum tempo em mente. Mas não, o clima fez um reset
completo nos planos idealizados. Tentaria no domingo de manhã, pensei, mais
para me conformar do que outra coisa.
Domingo, 06:45 da manhã, levantei-me
espreitei o tempo pela janela da marquise, estava um nevoeiro cerrado, mas da chuva…
nem sinal. Proclamei um prolongado “OK!” e pensei: “Assim já serve”. Duche e arrumação
do material não demoraram 30 minutos, não olhei mais para a janela. Quando saí
a porta da garagem fiquei boquiaberto, afinal já estava a chover bem e
levantara-se um vento que agitava as pontas das arvores mais altas. Porra… e
agora?
Nada a fazer, dei meia-volta e
coloquei o carro outra vez na garagem. Chateado vim para casa e pus-me a ouvir
um pouco de música, para passar o tempo, até que, cerca das dez o tempo começou
a clarear, era um pouco tarde, mas ainda dava para uma corridita. Não podia
perder a oportunidade, quando não faço exercício é como se alguma coisa não
estivesse bem, preciso mesmo disso.
Durante a viagem o tempo voltou a
agravar-se e pensei que não escaparia a uma boa molha, mas agora já não voltava
atrás. Mal entrei na serra enveredei pelo trilho mais longo e talvez mais difícil
até ao cimo. A humidade no ar era brutal e a visibilidade não iria além dos cinquenta
metros, para além disso não se via viva alma. Entretanto, já depois de passar o
cume, começou a chuviscar. Vesti o impermeável para passado cinco minutos o
estar a tirar. Prefiro a chuva a correr com ele vestido, o calor que provoca é insuportável.
Fiz um percurso destinado a acumular algum desnível positivo e as pernas (mal habituadas)
já denotavam algum cansaço. Ser apanhado na chuva e cansado, era algo que
queria mesmo evitar, pelo que estava na hora do regressar, além do mais já não
tinha vindo cedo.
Depois de lavar as pernas e as
sapatilhas da lama acumulada, na corrente de água perto do parque da cidade
faltava apenas cumprir a última parte do ritual, comprar a roca na confeitaria
de Sta. Justa, estão sempre quentinhas a esta hora.
A beleza acompanha sempre estas investidas na serra, e o tempo invernoso deixa também a sua marca estética... |
Agora sentia-me bem, é curioso o efeito benéfico que esta actividade tem em mim, mas tem sido assim desde sempre. E foi assim o regresso a casa, roca quentinha na mão e cheirinho a pão fresco a acariciar-me os sentidos e um almoço surpresa carinhosamente preparado pela esposa… não é preciso muito mais para um homem se sentir feliz… 😊
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