Fazendo dois caminhos, o da serra... e o meu!

...apenas nos resta piscar os olhos,
fingindo que são uma máquina fotográfica
 e guardar esses momentos na memória.

Observar a paisagem e ao mesmo tempo fazer parte dela. Viver por um momento a consciência desta imensidão, extenuado, e ainda assim plenamente realizado. Nestas alturas, apenas nos resta piscar os olhos, fingindo que são uma máquina fotográfica e guardar esses momentos na memória.

Esta foto não é minha, mas é pela leitura que obtenho dela que, embora encolhido, aceito desafios maiores que eu procurando sempre aquele momento em que o cansaço extremo nos liberta a mente, deixando-a limpa para absorver de forma perfeita a beleza singela mas transcendente do nosso planeta e de nós próprios.

Para mim, existem sempre dois caminhos a fazer, o da serra: Duro, fisicamente exigente, colocando a nu as nossas mais ínfimas fragilidades, vergando-nos até ao limite. E o meu: Povoado de tudo o que é esteticamente belo, de piadas que soltam gargalhadas, de espanto pela observação do que não costuma ser óbvio, de pensamentos que não costumam ocorrer, de uma imparável introspecção, da incrível sensação que é a de reconhecer que faço parte daquela tela viva e interminável que vou admirando... Fascinado.