Porquê?

Corremos porque não temos asas para voar...

As montanhas não se conquistam...





À medida que os nossos passos nos afastam da linha de partida e gradualmente nos introduzem na serra, a progressão vai ficando mais e mais difícil. O esforço para cumprir horários e o nosso cunho pessoal de fazer sempre o melhor possível reduz tudo a um desafio: Ou nós ou a serra.





Existem momentos em que parece que vamos ficar ali, vergados pela dureza do trilho, outros em que estamos por cima e seguimos mais descontraidamente. Sempre que passamos um ponto alto vivemos uma efémera sensação de alívio que apenas sobrevive até à próxima vertente.




Com o acumular dos quilómetros diminui a nossa resistência, e cada nova encosta é mais difícil do que a precedente, a luta interior entre a vontade de continuar e a de desistir atinge o seu auge, nada mais conta, o cérebro ocupa-se por inteiro com a necessidade de manter as pernas em movimento, enquanto recusa sub liminarmente todos os pedidos do corpo para parar.




Cada serra ultrapassada, cada prova terminada, não são conquistas nossas sobre as montanhas, pelo contrário, são elas que nos ajudam a promover conquistas em nós próprios.


4 comentários:

  1. Sumamente cierto y expresado muy elegantemente.

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  2. Las montañas son el crisol en que se purifican nuestras almas por medio de una alquimia de lo más místico. El paradójico maridaje de la agonía con el éxtasis viene a ser la fórmula por medio de la cual se realiza esta transmutación.
    El autor Joel Homer, en Marathons: The Ultimate Challenge, describe el protagonista en este drama:
    The genuine marathoner is a rare breed indeed: half athlete and half poet; part rock-bottom pragmatist and part sky-high idealist; completely, even defiantly individual and yet irrevocably joined to a select group almost tribal in its shared rituals and aspirations.

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