Porquê?

Corremos porque não temos asas para voar...

Há sempre um momento...

Há sempre um momento em que somos surpreendidos, mesmo executando as nossas mais rotineiras tarefas. Foi esse o meu caso hoje, esta velha casa abandonada, o estradão de terra esburacado que passa à sua entrada e todo o ambiente que a rodeia fazem parte de uma paisagem que conheço quase de cor, pois durante os meus treinos já aqui passei dezenas de vezes. Na minha percepção geral do ambiente era mais uma casa velha e nunca tinha reparado nos detalhes. Mas hoje não ia ser assim, algo prendeu a minha atenção e fui capaz de captar a beleza que a natureza oferecia. O facto mais marcante foi perceber que aquela árvore ainda não estava preparada para desistir. Apesar do abandono evidente da construção, é ainda perceptível que algures no passado, alguém desfrutara daquele recanto magnífico. A pequena mesa é uma testemunha disso mesmo, que embora inerte e muda, sugere sobremaneira. A árvore, incapaz de perceber o passar do tempo, continua na sua missão, derramando o seu charme e perfume em cima das velhas pedras. Apenas já não está ninguém para usufruir… Não pude deixar de pensar que existem coisas para as quais vale a pena dar continuidade. Talvez um dia os novos donos desta pequena propriedade sejam surpreendidos na rotina do seu olhar (como eu fui) e sejam capazes de ver para lá do abandono das velhas pedras. Basta um pouco de coragem… como a daquela árvore florida.

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