...a foto pára e eterniza o tempo, mas não reflecte a forma como somos afectados pela paisagem, não diz nada sobre os sentimentos ou influências que aquilo que estamos a observar nos induz |
Nem sempre é fácil resistir ao cansaço do dia de trabalho, da pressão constante dos prazos, das frustrações de não se ter conseguido fazer melhor. Física e psicologicamente fragilizado, obriguei-me a fazer cerca de 12 km sob calor sufocante do final do dia. Enquanto na cabeça tudo era "pára... volta para trás, estás cansado... está muito calor..." uma força diferente e superior a estes pensamentos fez-me continuar. O chão continuou a desfilar sob os pés e os quilómetros foram passando. Algum tempo depois dei por mim no ponto de retorno, lá no alto de onde se avista parte do percurso. Por norma as fotos não definem a beleza do que avistamos, são um parente pobre da nossa capacidade de olhar e ver, a foto pára e eterniza o tempo, mas não reflecte a forma como somos afectados pela paisagem, não diz nada sobre os sentimentos ou influências que aquilo que estamos a observar nos induz. Ainda assim tirei a foto. Depois, foi o refazer do caminho inverso, cansado mas contente por ter atingido objectivo de aqui chegar, por ter sobrevivido ao calvário de pensamentos para voltar para trás que me assolou todo o caminho.
Os treinos estão longe da sequência prevista no plano, mas o trabalho e a família são prioridades, temos de encaixar as oportunidades que vão aparecendo e agradecer por podermos usufruir das possibilidades que vão existindo. A luta continua...
Sem comentários:
Enviar um comentário