Porquê?

Corremos porque não temos asas para voar...

O Homem é uma prisão...





Ao ver estas imagens da Gerês Marathon 2014 revisitei as memórias desse dia. Ainda não tinha despontado o dia e já estávamos a caminho do Gerês.

As primeiras horas de luz mostravam a serra ao longe. Por cima do arco de partida, nuvens negras e ameaçadoras tão depressa surgiram como desapareceram dando lugar a um dia espectacular que permitiu usufruir sem cedências de um percurso de rara beleza.


Estas horas a correr imiscuídos na natureza, saboreando as magníficas paisagens, mergulhando os cinco sentidos nestas montanhas milenares é algo que nos aproxima da nossa origem, como que um regresso a casa, uma coisa que para mim faz todo o sentido e onde não me sinto nunca um estranho. 



O pensamento que me ocorre é que as nossas limitações humanas são impeditivas de que nos comparemos com a dimensão Universal deste meio ambiente, como se estabelecessem uma fronteira inultrapassável que nos mantém numa prisão virtual amarrados às grilhetas impostas pelo nosso modo de vida. 





Mas existe alguma coisa em nós que se maravilha e mistura na plenitude com a natureza ancestral e quase imutável destas montanhas, com as árvores e os riachos, com as pedras cobertas de musgo, com o canto das aves ou com a multicolorida floresta de outono que percorremos, algo que se liberta de nós e habita este mundo com toda a naturalidade. Este sentimento traz a este texto uma frase que o sintetiza com a precisão que só os iluminados conseguem:

O Homem é uma prisão em que a alma permanece livre.
"Victor Hugo"



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