Porquê?

Corremos porque não temos asas para voar...

Uma outra forma de escrever as montanhas...

Numa qualquer hora em qualquer lugar, chegámos. Misturamo-nos com os demais. Somos todos parecidos, mas não me revejo em ninguém, quando soa a hora parto com eles. No sopé da montanha admiro a sua magnitude, são duras… tornaram-se duras para durar. Parecem pedir para serem subidas, prometem o êxtase mas ameaçam vertigens, descobrem-se e conquistam-se do sopé para o cume, mas hoje o cume não está lá… talvez as nuvens que o habitam estivessem com fome. A natureza parece exigir que espreitemos a sua obra. Passos apressados e palavras de incentivo, o barulho metálico dos bastões e as cores garridas, tudo se mistura com perfeição nesta tela natural. Levo comigo o silêncio dos pensamentos, que empurro até ao alto. Sei que cairão de novo. Rolarão encosta abaixo, para serem novamente erguidos montanha acima num trabalho quase absurdo mas que me enche a alma. Sei que alguns destes silêncios se transformarão em palavras, como estas… e cortarão a meta, como aqui…


5 comentários:

  1. È um texto muito agradável, bem escrito, repleto de emoções. Tenho vindo a comentar com o Miguel, que o Jaime escreve muito bem, este texto é a prova disso. Parabéns!

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    1. Escrevo apenas para aliviar a rotina e manter a sanidade amigo Ferreira. Obrigado pela critica favoravel, vinda de um poeta tem outro valor. Abraço.

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