Porquê?

Corremos porque não temos asas para voar...

Um dia bastante negro... literalmente.

Prestes a cortar a meta... 
A duas semanas da nossa participação no Terras de Sicó 111 km, fomos correr a segunda edição da meia maratona de Amarante. Num dia de grande turbulência climatérica, com vários alertas vermelhos da Protecção Civil partimos, sem surpresa, debaixo de aguaceiros gelados que por vezes eram também de granizo. A motivação para correr chegava através do violento ribombar da trovoada que nesta região montanhosa é deveras ameaçadora.
Hoje, eu estava a debater-me numa daquelas provas em que parecia que o mundo se tinha unido para me tramar, parafraseando a célebre canção do Rui Veloso. Depois de uma partida animada e muito boa em termos de ritmo, pelos 7 km sobreveio uma indisposição gástrica associada a enjoo e tonturas que me obrigaram a caminhar um pouco. Nunca mais fui capaz de fazer nada de jeito, aceitei água de uns camaradas que passaram mas cada vez que ingeria um gole, parecia piorar tudo. Arrastei-me até aos dez km na esperança que a bebida isotónica me ajudasse, mas, para além de esta apenas ser pouco mais do que água, pareceu agudizar ainda mais a azia que me queimava desde o estômago até à garganta.
Sempre com o Miguel a tomar conta de mim, e a sugerir que invertêssemos a marcha em direcção à desistência, fiz (literalmente) das tripas coração para tentar terminar a prova. Sabia que se parasse ele ficaria comigo, por isso fiz 14 km de sofrimento puro, algumas vezes acossado pelos últimos atletas que traziam a ambulância que fechava o “cortejo”. À custa de muito esforço, consegui distanciar-me um pouco da cauda da prova e terminei com apenas 8 participantes atrás de mim.
Assim que cortei a meta, a paragem deixou que se abatessem sobre mim todos os fantasmas da prova e não fiquei muito longe de precisar de assistência médica mas lentamente lá consegui recuperar posso afirmar que terminar nestas condições foi de longe a maior vitória que já consegui.
Fiquei feliz pelo Miguel, assim ele trouxe a medalha de recordação para mostrar um dia á Mafalda e também porque a par da Gerês Marathon é outra prova em que participamos desde a primeira edição.

3 comentários:

  1. Pois é, mas estou certo que nas Terras de Sicó 111 km, vai correr tudo bem. Amarante ficará para trás. Muita força e coragem e desejos de uma boa prova, são os meus votos sinceros.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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