Porquê?

Corremos porque não temos asas para voar...

O todo é mais do que soma das partes...

Depois de uma viragem na metodologia do treino, ontem, um teste com tanto de puxado como de imprevisto, (surgiu de um convite do Miguel para rumarmos á Serra de Santa Justa ao fim da tarde) veio confirmar o acerto da opção. Foram 12 km num ritmo forte, não fazendo cara feia ao desnível. Tudo se conjugou para um treino produtivo e agradável, um fim de tarde sublime, sem vento e com temperatura amena, apenas o silêncio e o trilho que se desenhava á minha frente. A luz de final de dia, quase horizontal projectava as sombras das árvores e das rochas em formas alongadas. O ângulo em que incidia, revelava as formas e texturas e as flores em contraluz, pareciam minúsculos candeeiros acesos. Ao longo do estradão, o rio Ferreira parecia um espelho natural e o ar estava impregnado pelo suave perfume das múltiplas flores que bordejavam o caminho. Dei por mim a pensar que felicidade também era isto, esta plenitude... Já por várias vezes a corrida me proporcionou este sentimento de paz interior, de perfeita comunhão com a natureza. A nossa individualidade enriquece quando conseguimos esta soma das partes. Inebriado por estas sensações fui percorrendo o caminho de regresso.

Pouco a pouco, as sombras tomavam conta do vale e um ar fresco deslizava-me agora pelo rosto. Acelerei o ritmo para me colar ao Miguel que seguia mais adiantado, sentia-me bem e foi um daqueles treinos em que me apetecia continuar pela noite dentro.



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