Local de partida, em cima da barragem |
A paisagem desdobra-se lentamente... |
Nesta madrugada de
domingo a Régua era o nosso destino. Pelo caminho “inaugurámos” o túnel do
Marão e ficámos surpreendidos com o péssimo alinhamento do piso (sobretudo no
sentido Amarante – Vila Real) com um ondulado bastante desagradável.
A animação
do costume aguardava-nos na Régua. Os milhares de pessoas que nesta altura
invadem esta pacata cidade, deixam os cafés sobrelotados, mas por acaso
encontrámos um pequeno espaço onde foi possível tomar o pequeno almoço. Esta prova
faz imenso pela promoção da região. Este ano, na partida, estariam mais de
15.000 pessoas que se propunham percorrer parte da marginal entre a Régua e o
Pinhão, uns a passear outros a correr e outros assim-assim. Eu, cedo escolhi o
grupo dos assim-assim, o elevado calor e a minha depauperada forma física
aconselhavam grandes (enormes) cautelas se queria chegar á linha de meta. Ia dizer
que a belíssima paisagem foi a única coisa refrescante naquela caldeira entre
montanhas (mais de 28 graus durante a prova), mas não seria justo para os
bombeiros, que proporcionavam um óptimo duche de água fria em determinados
pontos do percurso.
No meio do pelotão... |
Despedi-me do Miguel depois dos 8 km, não estava certo “amarrá-lo”
daquela maneira, embora ninguém ganhe nada, o sentimento de ter feito o melhor
possível é o nosso prémio supremo. Depois, segui só, apenas mais um anónimo
entre outros anónimos. Sempre com os vinhedos e o rio na linha do horizonte
fui-me deleitando com o puro prazer daquele sentimento de liberdade, apreciando
o suave ondulado das colinas reflectidas no rio, os intermináveis anfiteatros de
socalcos sublinhados a verde e a azul pelas videiras e pelo rio. Como disse o
poeta Miguel Torga, esta região é “…um poema geológico. A beleza absoluta”.
Mais um texto de excelente qualidade, onde se juntam sentimentos e poesia.Parabéns!
ResponderEliminarObrigado amigo Ferreira. Aquele abraço.
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