Porquê?

Corremos porque não temos asas para voar...

O gato e o rato...


Céu limpo, sol e um vento frio, cortante. Assim estava esta manhã na serra. Pela primeira vez, desde a infecção com o COVID19, estava suficientemente confiante para arriscar uma subida prolongada e inserida num circuito a ultrapassar os 10 km. Estou ainda bastante confuso quanto ao diagnóstico da minha forma física actual. Acho que existem três factores preponderantes que tenho de analisar, mas apenas estou preocupado com um deles: as eventuais sequelas da infecção. Sei bem que tenho de recuperar do quase meio ano parado, sei bem que tenho de enfrentar as dificuldades próprias da idade, mas estou preparado para isso. Já quanto ao resto, ainda não posso afirmar de forma segura, que a falta de ritmo ou a falta de resistência apenas se relaciona com as primeiras e nada tem a ver com os cerca de 20 dias em luta com o COVID onde experimentei algumas dificuldades respiratórias moderadas.

Com estes pensamentos presentes na mente, entrei na serra “rasteirinho”, utilizando um trilho junto a um afluente do rio Ferreira e que me conduz até á estrada que se dirige a Couce. Uma vez lá, aproveitei o paralelo até á pequena aldeia para marcar um ritmo constante em jeito de aquecimento. Segui até ao final da estrada e onde começa o estradão de terra, fiz uma inversão de marcha e atravessei a ponte seguindo para a margem esquerda do rio. Aqui a paisagem altera-se bruscamente. Pouco depois de um trilho bastante acessível, aparecem os outros, muito mais grosseiros, muita pedra solta, rochas emergindo do chão numa constante irregularidade do piso. São um constante desafio á minha atenção. A subida começa e a luta entre o gato e o rato (leia-se entre o ritmo e a resistência) inicia-se também. Nos momentos de maior dureza da inclinação tenho de parar 10 a 15 segundos para estabilizar um pouco, depois é insistir, insistir, insistir. O ar gelado e o corpo suado não são uma mistura que se recomende, por isso, chegado ao cimo dou a volta de imediato. O piso descendente é agora uma facilidade bem apreciada por mim. Estou feliz por ter conseguido um comportamento razoável na subida e por me sentir completamente confortável na descida. Uma consulta ao GPS diz-me que vou passar largamente os 10 km, mas vou deixar de parte para já, uma segunda subida bem dura e conhecida no meio como “o elevador”, para outro dia. No final, terminei com 14 km e um nível de dificuldade interessante para as minhas actuais possibilidades. É necessário ter muita paciência e não desanimar para permitir um estado psicológico positivo.



Sem comentários:

Enviar um comentário