Porquê?

Corremos porque não temos asas para voar...

Longe das coisas, mas perto do mais importante...

 


A medida que vou subindo a serra, vou deixando mais e mais para trás os ruídos do homem. Depois, lentamente, deixo a zona arborizada e afasto-me também dos ruídos da natureza, dos gritos dos gaios ou dos suaves pios das pequenas aves. Finalmente, atinjo a zona de silêncio. Aqui a serra é granito, o olhar perde-se na distância, no azul do céu e por fim na estrada que se desenha á minha frente. Enquanto isso, penso que embora distante de muitas coisas, estou realmente perto do que mais importa. O pensamento, livre de distrações, foca-se com facilidade. A família é quase sempre o centro das atenções, por vezes também centro o pensamento em mim, no que sou, naquilo que quero vir a ser. É incrível como me aproximo de mim aqui no meio do nada, como me sinto mais perto do criador, não o das religiões, mas deste que dialoga comigo através dos silêncios das paredes graníticas, ou pela extrema fragilidade das minúsculas flores silvestres, deste que me ensina que faço parte desta Natureza que observo e me espanta. Estar aqui, é estar muito mais perto de Deus do que em qualquer altar construído pelo homem, longe de imagens imaginadas e junto do real, do belo e inigualável.




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