Porquê?

Corremos porque não temos asas para voar...

Entre a seta e o alvo...

O trilho, o o rio, as pedras e até a brisa parecem as mesmas de sempre,
no entanto nada está como dantes. É quase como se não reconhecesse a paisagem.

A sensação não pode ser mais estranha. A falta do meu parceiro de treinos (e de tudo o resto) por motivos profissionais é um grito mudo no silêncio da serra. As brincadeiras constantes, as gargalhadas mútuas, ecoam dentro da minha cabeça. 
Constantemente ergo o olhar para o fio da serra como se fosse possível ver-nos lá a correr lado a lado numa cumplicidade perfeita.

Compreendo a dinâmica da vida, compreendo a sua estrutura impermanente e sei que apesar do sentimento de perda que me assola tenho de continuar. Nesta vida tão curta do ponto de vista universal o meu caminho parece fazer-se sempre fora da zona de conforto, algures entre a seta e o alvo. A minha fórmula, para me manter equidistante entre os dois, é assimilar, adaptar e evoluir. Este é um processo de crescimento constante que exige muita energia. Estes treinos alimentam a disponibilidade física e mental para o processo, por isso e apesar de toda a desconstrução interna, continuar é... fundamental.



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