Porquê?

Corremos porque não temos asas para voar...

Reconstrução aos 65

 

O Outono acabou de entrar. Pelo menos no calendário, já que o clima ainda não corresponde. Uma nova etapa se vai escrever nas nossas vidas, após termos experienciado mais um evento traumático para a família com a partida da “Julinha” como carinhosamente lhe chamava a Ester.

Tenho muitas saudades dos trilhos, especialmente da serra d’Arga. Tenho mesmo de reservar tempo para regressar aos treinos matinais, ao frio da manhã ou no final do dia á luz do pôr do sol.

Hoje estive a ver uns vídeos de tempos passados, percorrendo as serras e usufruindo das coisas boas da vida. Como os tempos mudaram, ou por outra, os tempos não mudaram porque simplesmente o tempo não muda, as pessoas é que mudam…

Tenho feito a minha adaptação a essa nova realidade, confesso que tem sido difícil, mas o tempo, sempre o tempo, ajuda a ultrapassar tudo e lentamente vamos arquivando na memória os sentimentos de tempos idos, criando novas memórias mais recentes para revisitar, em substituição dessas outras maravilhosas, mas que têm agregada a elas uma carga de negatividade que causa dor.

Agora que previsivelmente o tempo vai começar a melhorar, vou planear bem para me colocar novamente em forma e participar na meia maratona do Porto do ano que vem como prova de abertura deste novo tempo. Assim a saúde não nos abandone e a felicidade possa perdurar.

Este é um tempo também para mergulhar bem fundo dentro de mim próprio, para redescobrir e revisitar tudo aquilo que se tem constituído como pilar ou fundação da minha existência. Revisitar os valores daquilo que sou como ser humano, chamá-los á luta novamente, tê-los bem presentes para me fortalecerem nesta necessidade de ultrapassar algumas fragilidades vivenciadas nos últimos tempos. A enorme necessidade de ser forte pela esposa, não me permite dar-me ao luxo de desanimar. Os valores e fundamentos do meu pensamento são de extrema importância neste momento e, para quem como eu se constituiu como “self-made man”, esta será apenas mais uma etapa. Não guardo rancores, nem necessito de desculpas, apenas guardo tristeza porque pessoas a quem eu quero tanto, tenham passado uma imagem tão desoladora de sentimentos privilegiando o apego a bens materiais em substituição daquilo que realmente deveria contar: as pessoas.

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