Porquê?

Corremos porque não temos asas para voar...

Corrida do Dia do Pai (especial) 2019

Uma medalha e uma participação especial.

Ao fim de algum tempo a procurar estacionamento acabei por ver um óptimo lugar mesmo em frente da Câmara de Matosinhos, além do mais, era só atravessar a avenida e tinha uma confeitaria para tomar o cafezinho matinal e passar algum tempo. O único senão é que fiquei relativamente longe do ponto de partida da corrida.



Já na confeitaria, o ambiente ameno e o cheiro intenso a pão fresco acolheram-me maravilhosamente. Indeciso pedi só café, mas pouco depois reforcei com um pastel de nata, o dia frio e chuvoso adivinhava uma corrida inóspita pelas ruas de Matosinhos pelo que era melhor consolar um pouco os sentidos antes de enfrentar o mais agreste.

Esta corrida do Dia do Pai tinha uma carga emocional pesada. Estava o pai, mas não estava o filho, pela primeira vez… Ou por outra, estava sim, mas apenas no meu pensamento. O relógio marcava 09:45, portanto estava na hora de fazer um bom aquecimento e aclimatar o corpo ao tempo. Os meus treinos têm sido poucos e de pouca qualidade pelo que, aguentar atá ao fim já seria bom. As barreiras de partida estavam animadas apesar do mau tempo, pequenos grupos familiares tiravam fotos e trocavam piadas, isso ainda ajudava ainda mais a agudizar o meu sentimento de perda. Agarrei-me à ideia de que tinha de fazer uma boa corrida pois era o único representante da família e foi com esse espírito que arranquei. Sabia que não podia abusar, mas também não me poupei muito. No final saiu melhor que as minhas expectativas apesar da frustração de nos quilómetros finais não ter conseguido incrementar o ritmo devido ao forte vento frontal.

Esforço final com a meta à vista
Agarrei a medalha com um sentimento verdadeiramente especial, quando a examinei e vi a figura estilizada do pai e dois filhos correndo, na lateral da medalha, as lágrimas vieram-me aos olhos. Foi um desabafo, já atrasado, na viagem até ao carro. A medalha, essa, ainda está pendurada no candeeiro da minha mesinha de cabeceira... não sei quando daí sairá.

A mãe de todas as medalhas, pela carga sentimental
associada.


Sem comentários:

Enviar um comentário