Porquê?

Corremos porque não temos asas para voar...

Fazendo pela vida...

 

Por vezes, eu próprio me sinto um guerreiro, nesta busca de extrair
o melhor de mim mesmo.

A subida que me leva à torre de vigia tem sensivelmente 3,5 km. Estou mais ou menos a meio e esta é já a minha segunda paragem. Uma minúscula sombra que me obriga a escolher onde colocar a cabeça para fugir ao sol forte da manhã é um abrigo bastante precário para restabelecer o cárdio. Depois de vários meses de inactividade absoluta, estou mesmo em baixo de forma... Mais pesado e mais velho também.

As flores emanam o seu perfume e tornam o ambiente
ainda mais aprazível...

Levanto ligeiramente o rosto, com os olhos fechados e deixo que venham até mim as sensações do meio ambiente. O perfume das flores, o canto interminável das aves, o marulhar da folhagem e, sobretudo, a ausência dos ruídos da urbe.

Um dia de sol tão bonito como este e a imersão na natureza transmitem-me a paz de que eu tanto necessito.

Assim, sózinho, é difícil encontrar a motivação para continuar a correr quando o cansaço aperta. A competitividade veio ao de cima quando um jovem casal que já se tinha cruzado comigo em sentido contrário noutro local da serra, me aparece enquanto eu tomava um gole de água. Primeiro a moça passou por mim num passo muito interessante, enquanto o companheiro estava ainda atrás de mim. Rápidamente encetei a perseguição á moça. Ela deve ter percebido que eu estava a usá-la como referência e incrementou o ritmo. “Vou enquanto aguentar” pensei, e dei por mim a esforçar-me realmente para me manter no grupo. Ouvia os passos do rapaz atrás de mim e por vezes distanciava-me pois perdia o contacto com ele. Comecei a achar giro manter-me ali no meio. Quando a moça parou na estrada depois de termos subido e descido a serra, dei também por terminada a melhor parte deste treino.

A passagem pela torre é sempre o ponto alto destes treinos.
Literalmente...

Enquanto eles prosseguiram para a serra, eu virei para Valongo. Sentia as pernas como se fossem de chumbo depois de ter feito aquele “brilharete”.

Mas ficou bem vincada a importância de ter companheiros, para quem precisa de evoluir. Há sempre quem puxe um pouco mais e leve os outros com ele. Eu não beneficio dessa possibilidade e tenho de fazer por mim próprio. É um caminho mais difícil, mais lento, mas é possível.

27 km na Serra d’Arga em Setembro era tão bom…

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